Marcha do Arbaeen é um 'Projeto Civilizacional Abrangente', Diz Estudioso Iraquiano
Sheikh Haider al-Shammari, professor universitário e instrutor no seminário de Najaf, disse que a marcha do Arbaeen anual "não é meramente um fenômeno religioso ou um ato de adoração, mas um projeto civilizacional abrangente."
Falando à IQNA, ele argumentou que a peregrinação reflete uma nação viva inspirada pelos valores do movimento do Imam Hussein (AS)—justiça, altruísmo, dignidade e unidade.
O Arbaeen, observado 40 dias após Ashura, marca o martírio do Imam Hussein (AS) em Karbala em 680 d.C. A cada ano, milhões de peregrinos, muitos deles caminhando a rota de 80 quilômetros de Najaf até Karbala, participam do que é considerado a maior reunião pacífica anual do mundo.
O evento atrai pessoas de diversas nacionalidades e idiomas, com anfitriões iraquianos fornecendo comida, água e abrigo gratuitos ao longo do caminho, numa extraordinária demonstração de hospitalidade e voluntariado.
"Se você observar a cena de milhões de participantes de diferentes nacionalidades e idiomas," disse al-Shammari, "percebe que estamos testemunhando os fundamentos de uma civilização humana com essência islâmica—onde prevalecem a coesão social, cooperação e altruísmo desinteressado, valores espirituais têm precedência sobre os materiais, e barreiras de classe ou étnicas desaparecem."
O estudioso delineou vários pilares centrais da filosofia do evento: lealdade e renovação da fidelidade ao Imam Hussein (AS) como símbolo da verdade e justiça; a cultura da caminhada coletiva como forma de fortalecer o espírito comunitário e a identidade da fé; uma responsabilidade histórica de confrontar a injustiça; e incorporar a justiça divina diante da tirania.
Segundo al-Shammari, "A marcha do Arbaeen não é apenas uma comemoração de uma tragédia histórica; é uma frente anual aberta contra o sistema global de arrogância. Esta reunião tem o potencial de criar uma consciência coletiva e resiliente e de promover uma cultura de liberação em toda a nação islâmica."
As multidões deste ano devem ultrapassar 20 milhões, segundo autoridades iraquianas, com peregrinos viajando não apenas de dentro do Iraque, mas também do Irã, Paquistão, Líbano, Bahrein, Europa e América do Norte.
Organizadores e voluntários locais estabeleceram milhares de mokebs—tendas de serviço temporárias—para apoiar o fluxo constante de caminhantes.
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