A cada ano, em 1º de outubro, as Nações Unidas marcam o Dia Internacional do Idoso para chamar atenção às necessidades e contribuições deste grupo etário crescente. Em sociedades de maioria muçulmana, onde os laços familiares são altamente valorizados, especialistas dizem que a conscientização sobre os desafios psicológicos do envelhecimento é especialmente importante.
"Os idosos enfrentam desafios únicos em comparação com os jovens. Suas dificuldades estão frequentemente ligadas ao declínio físico, aposentadoria e redução da interação social", disse Reyhaneh Fayyaz, psicóloga da saúde, terapeuta e professora universitária, em entrevista à IQNA.
Segundo Fayyaz, a meia-idade e o início da velhice são frequentemente marcados pelo que ela chamou de "pressões sanduíche". Nesta fase, os indivíduos podem precisar cuidar de pais idosos enquanto ainda apoiam filhos e netos. "Esta dupla pressão cria demandas psicológicas pesadas", ela observou.
A aposentadoria adiciona outra camada de dificuldade. Muitos idosos tornam-se menos ativos após deixar o trabalho, e com força física reduzida, suas interações sociais também podem diminuir. Isso pode levar ao isolamento e sentimentos de vazio, acrescentou a especialista.
Fayyaz apontou a importância de manter e renovar redes sociais. "Uma das melhores proteções contra a depressão e sentimentos de inutilidade é preservar o apoio social. Se redes antigas são perdidas, novas devem ser criadas."
Ela incentivou os idosos a permanecerem conectados juntando-se a espaços comunitários como mesquitas, clubes locais ou grupos de caridade. "Essas redes ajudam a manter a vitalidade. Perdê-las, por outro lado, pode até prejudicar a saúde física", disse ela.
Um tema recorrente em suas observações foi a importância da utilidade. "No final da meia-idade e início da velhice, uma das necessidades psicológicas mais profundas é sentir-se necessário e capaz", disse Fayyaz. Ela explicou que muitos idosos, especialmente aqueles sem família próxima, correm o risco de se sentirem abandonados após a aposentadoria.
Soluções práticas podem restaurar esse senso de valor. "Em alguns países, avós são convidados para escolas para compartilhar histórias ou ensinar habilidades. Isso não apenas beneficia as crianças, mas também dá aos idosos um propósito renovado", disse ela.
Fayyaz pediu às famílias que apreciem ativamente as contribuições dos parentes mais velhos. "Lembrar um idoso das bênçãos em sua vida — como filhos bem-sucedidos ou a sabedoria que transmitiram — previne a depressão comum desta fase", disse ela.
Ela alertou contra retirar a independência dos idosos ao gerenciar excessivamente suas vidas. "Um erro comum é tirar sua autoridade em casa em nome do cuidado. Uma vez que perdem a capacidade de gerenciar tarefas diárias como cozinhar ou administrar a casa, sua saúde pode declinar rapidamente", ela alertou.
A psicóloga destacou que a cultura islâmica já oferece vantagens para envelhecer com dignidade. Mesquitas, reuniões comunitárias e famílias extensas criam oportunidades naturais para os idosos permanecerem engajados. No entanto, ela disse que as famílias devem evitar reduzir o cuidado apenas às necessidades físicas. "Atenção à saúde mental torna as dificuldades físicas mais suportáveis", ela enfatizou.
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