A Flotilha Global Sumud, composta por mais de 50 barcos transportando delegados de 44 países, partiu de Barcelona no mês passado. Sua missão era desafiar o que grupos de direitos humanos há muito descrevem como um dos bloqueios mais severos do mundo.
Os organizadores chamaram a viagem de maior esforço marítimo deste tipo em décadas. Relatórios disseram que patrulhas israelenses interceptaram vários barcos a até 90 milhas náuticas de Gaza, mirando embarcações como Yulara e Meteque com canhões de água.
Em comunicado na quinta-feira, o Hamas descreveu o ataque naval como um "ataque traiçoeiro, um crime de pirataria e terrorismo marítimo."
O grupo acrescentou: "Condenamos nos termos mais fortes a agressão bárbara lançada pelo inimigo contra a Flotilha Sumud e afirmamos que interceptar a flotilha é um ato criminoso que deve ser condenado por todas as pessoas livres do mundo."
O Hamas também saudou a determinação dos ativistas que tentaram romper o bloqueio israelense de Gaza, pedindo protestos globais e denúncias públicas do ataque.
A condenação se espalhou rapidamente.
O Comitê Internacional para Romper o Cerco de Gaza rotulou o ataque como um "crime de guerra."
A Venezuela emitiu uma declaração fortemente redigida, declarando que "a única ameaça real à paz mundial é o sionismo, uma ideologia colonialista e de apartheid que viola sistematicamente o direito internacional e a decência humana."
A Turquia também observou que Israel está cometendo "a mais séria violação do direito internacional", chamando o ataque de "ato de terrorismo" contra civis.
Governos europeus expressaram preocupação. A França pediu a Israel que garantisse a segurança dos membros da flotilha, com o ministro das Relações Exteriores Jean-Noel Barrot dizendo que Paris esperava que os participantes recebessem proteção consular e passagem segura para casa.
O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Harris, descreveu a interceptação como "muito preocupante", enfatizando que a flotilha era uma iniciativa pacífica para destacar a crise humanitária de Gaza.
A Itália e a Grécia emitiram um apelo conjunto pela segurança dos participantes, enquanto o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez disse que os ativistas "não representam um perigo ou uma ameaça para Israel" e pediu a Tel Aviv que não os colocasse em perigo.
As reações de fora da Europa foram igualmente fortes. O primeiro-ministro paquistanês Shehbaz Sharif condenou o que chamou de "ataque covarde", exigindo a libertação dos ativistas detidos. "Seu crime foi levar ajuda para o povo palestino desamparado", escreveu ele.
O primeiro-ministro malaio Anwar Ibrahim acusou Israel de mostrar "total desprezo não apenas pelos direitos do povo palestino, mas também pela consciência do mundo", prometendo buscar responsabilização por meios legais.
O presidente colombiano Gustavo Petro foi além, anunciando a expulsão de todos os diplomatas israelenses de seu país. Ele disse que a interceptação foi "um novo crime" do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e confirmou que dois nacionais colombianos estavam a bordo da flotilha.
À medida que as críticas globais aumentam, os organizadores da flotilha mantêm que sua missão é de solidariedade e ajuda humanitária a Gaza, onde mais de 66.000 pessoas foram mortas desde outubro de 2023 como resultado da guerra genocida israelense.
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